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15 de agosto de 2014

Como os gamers estão salvando o mundo

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Em 2011, um grupo de gamers resolveu um problema que cientistas tentavam resolver há 15 anos. Quanto tempo eles demoraram para resolvê-lo? 10 dias. Com um simples game chamado “Foldit”, demorou pouco mais de 1 semana para decifrar a estrutura do vírus causador da AIDS em macacos, o Mason-Pzider — coisa que os cientistas falharam por mais de uma década. O objetivo da descoberta era ter mais informações para fazer remédios para tratar o HIV.

O Foldit foi criado em 2008 por uma equipe de pesquisa da Universidade de Washington, em Seattle, para determinar se grandes problemas científicos podem ser resolvidos através de crowdsourcing. O game trouxe jogadores de vários lugares do mundo, a maioria com pouco conhecimento de química, pra resolver uma série de desafios relacionados a estrutura de proteínas.



Jogadores “dobravam” a estrutura de proteínas em uma solução. Ao fazer isso, o game pontua usando um algoritmo que mede várias variáveis, como a proximidade dos átomos e se há a correta conexão de peptídios. A Universidade de Washington analisa as soluções com mais pontos para determinar se elas podem ser aplicadas para proteínas de verdade.



Colaborativismo na internet: solução pra todos os problemas do mundo?

Não entendeu direito essa parte de biologia e tudo mais? Nem eu. Mas o mais importante aqui, pelo menos pra gente, é entender que o sucesso do “Foldit” comprova o poder da inteligência humana coletiva. O game foi jogado por centenas de milhares de jogadores. Eles jogavam em grupos. Logo, se alguém ficava empacado em alguma parte, fica mais fácil de outros continuarem a partir daquele progresso.

Quando o resultado da descoberta do Mason-Pfizer foi publicado no jornal científico “Nature”, o grupo de jogadores responsável por resolver problemas se recusou a dar nomes individuais. Eles queriam ser reconhecidos pelo nome do grupo: “The Contenders”. Esse tipo de atitude comprova que os gamers não estão atrás do prestígio que vem com a descoberta — e sim com ela em si. “Essa ingenuidade dos gamers pode ser usada pra resolver muitos problemas científicos”, disse o autor do artigo publicado na Nature.

Zoran Popovic, diretor da Universidade de Washington, tem outros projetos parecidos. Um deles é o jogo “NanoCrafter”. Funciona exatamente como o “Foldit”, só que o game representa DNA ao invés de cadeia de proteínas. O objetivo é criar novos tipos de estruturas moleculares que podem ser usadas para diferentes propósitos dentro do corpo humano — um robô “molecular” que pode pular de célula para célula, detectando infecção. Enfim, como eu disse, entender a parte biológica não é o mais importante — melhor deixar essa parte com cientistas e gamers.



No ano passado, entrevistei Luis Von Ahn, criador do “Recaptcha” e do “Duolingo“, duas ferramentas que se aproveitam do colaborativismo da internet para trazer contribuições para o mundo. Lembro que ele me disse que essa capacidade de uma internet unida para resolver problemas pode ser o futuro. “Devemos pensar em ajudar milhões de pessoas ao mesmo tempo”, falou.



A história do “Foldit” reforça essa ideia: e se existir um jogo para tentar acabar com a fome? Ou um para tentar acabar com a corrupção? Enfim, parece muito louco e até fora da nossa realidade, mas se os cientistas são capazes de criarem games tão complexos sobre biologia — que pessoas com pouco conhecimento no tema conseguem jogar — não parece tão impossível.

Será o coletivo da inteligência humana, que foi muito aprimorado com a internet, a solução de todos os nossos problemas?

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