O YouTube lançou hoje (21) em um evento em São Paulo o YouTube Edu, uma plataforma que reúne 8 mil vídeos educacionais de 26 canais brasileiros com conteúdos do ensino médio. O acesso é gratuito para aulas sobre matemática, biologia, língua portuguesa, física e química.
Segundo o Google, a ideia não é substituir o ensino formal com os vídeos do Youtube, mas sim disponibilizar conteúdos de forma democrática. No entanto, o projeto não vai oferecer nenhuma forma de monetização diferenciada aos professores do YouTube Edu, apenas o convencional ganho por veiculação de publicidade por meio do Google AdSense.
Até o fim deste ano, o YouTube Edu contará com um total de 12 mil aulas em vídeo.
A curadoria das vídeo-aulas foi feita pelo Instituto Lemann, por meio de uma parceria com a empresa. Eram 93 mil vídeos classificados como educacionais. Entretanto, muitos deles eram tutoriais que não se enquadravam no perfil lecionado no ensino médio. Com a ajuda de um algoritmo, 112 canais foram selecionados e uma equipe de cerca de vinte pessoas avaliaram por amostragem a qualidade dos materiais.
“No Brasil, segundo a comScore, há cerca de 60 milhões de pessoas que acessam o YouTube mensalmente e muitas delas estão produzindo conteúdo”, afirmou Fábio Coelho, presidente do Google Brasil.
Segundo a empresa, seis bilhões de horas de vídeo foram vistas em maio deste ano e cerca de 100 horas de novos conteúdos são publicados por minuto no YouTube.
“Eu acredito que a educação vai passar por uma transformação enorme e a internet será um fator crucial”, afirmou Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil e criador da Fundação Lemann, que se dedica ao setor de educação pública, sem fins lucrativos.
“Espero que, com esse novo mundo que está surgindo, todas essas novas tecnologias sirvam para os professores aprenderem mais e que os alunos se beneficiem disso. Espero que dentro de alguns anos tenham um Brasil competitivo em termos de educação.”
Quanto a forma dos conteúdos, Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, afirma que "cada aluno aprende melhor de um jeito e um grande diferencial da plataforma é justamente possibilitar que as pessoas escolham o professor que melhor se adapta ao seu perfil". Portanto, Mizne diz que o foco foi julgar a qualidade e não a forma do conteúdo. Ou seja, há professores que ensinam pelo método tradicional, bem como quem ensine por meio de músicas e outros recursos didáticos.
Confira abaixo a entrevista com Flávia Simon, diretora de marketing do Google e responsável pela implantação do YouTube Edu no Brasil.
Há planos de oferecer alguma de remuneração diferenciada aos professores, visto que o conteúdo deles é mais qualificado que os dos demais?
O YouTube é uma ferramenta monetivzável por meio de anúncios. Hoje, 55% fica para o produtor de conteúdo e 45% vai para o Google. Aceredtio que promovendo o YouTube Edu todos saem ganhando, Porque as pessoas vão ficar sabendo, vão se inscrever nos canais, vai ter uma audiência mais cativa e mais visualizações. Consequentemente há mais lucratividade.
Por que o Brasil, se há outros países mais carentes de informação?
Por que a gente quis. Nós fomos lá e conversamos com a equipe do Google na Califórnia, fizemos diversas reuniões e mostramos porque o Brasil é importante. O país é o terceiro mais importante para o YouTube, em termos de audiência. A educação é grande problema para o nosso país e a gente acha que só é possível mudar a vida do cidadão com educação, portanto, priorizamos o projeto.
Quanto tempo levou para o projeto ficar pronto?
Seis meses, desde o dia da primeira aprovação interna até hoje.
Mais vídeos serão publicados no YouTube Edu ainda neste ano?
Sim. É um processo orgânico, estamos fazendo a curadoria dos vídeos e já temos 12 mil aprovados. Para hoje, conseguimos oferecer 8 mil.
Você tem ideia de quanto o Google investiu para trazer o projeto para o Brasil?
Não podemos revelar números, mas a educação é uma área na qual continuaremos a investir em 2014.
Quais são os planos de expansão?
Temos vários planos. Vamos estender os conteúdos para os níveis fundamental e superior. Além disso, estamos avaliando como usar outras plataformas além do YouTube, como a Google Play. Estamos visitando escolas para saber com a tecnologia pode ir para a sala de aula, não só para dentro de casa.
Como os professores podem usar os vídeos nas salas de aula?
Pesquisamos como o YouTube Edu está nos Estados Unidos. Lá, a sala de aula é um local para discussão, formação de senso crítico, mas o conteúdo da matéria tem que estar disponível de uma forma democrática, gratuita e aberta todos, como um ferramental pós-aula. Para que a pessoa faça a pesquisa e vem com esse conhecimento para a escola. Acreditamos que isso é um recurso não só para o aluno, mas também para o professor e para as escolas. Isso deve ser gratuito e disponível para o Brasil melhorar.
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