Segundo reportagem publicada pelo jornal britânico Financial Times nesta terça-feira (12), o Brasil está trilhando um caminho perigoso em busca de maior segurança na rede e isso pode fazer com que outros países sigam o exemplo.
O principal alvo das críticas foi o Marco Civil da Internet, mas não de forma integral. Para o jornal, o maior problema do projeto de lei é o trecho que exige das multinacionais a manutenção de dados sobre brasileiros em servidores em território nacional.
Com isso, empresas como Google e Facebook teriam que investir altas quantias para duplicar as informações presentes em servidores mantidos em outros países, ainda que não exatamente nos Estados Unidos.
Exigir algo assim pode "fazer essas empresas se perguntarem se deveriam restringir suas operações no Brasil", diz o jornal, afirmando ainda que isso traria efeitos negativos para o mercado de tecnologia nacional, além de ferir a liberdade global da rede.
Apesar de dizer que não teve relação com o texto atual do Marco Civil, o Google desativou recentemente seu serviço Public DNS em território nacional. Agora as solicitações de brasileiros e de outros países sul-americanos são respondidas por servidores norte-americanos.
Atualmente, a maioria dos países tem uma internet aberta, ao contrário de países como Irã, China e Rússia, que possuem intranets. O Brasil ainda está do lado da maioria, mas com as novas medidas, poderemos acabar ganhando nossa própria intranet, o que pode levar à aplicação de restrições de acesso, como na China.
Se isso acontecer, outros países podem fazer o mesmo, dado o nível de relevância que o Brasil possui na internet, sendo o segundo lugar no número de acessos ao Facebook, por exemplo. Para o Financial Times, "Dilma precisa pensar novamente" e, caso decida continuar a trilhar o caminho atual, pode acabar piorando as coisas em vez de melhorar.
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